segunda-feira, 20 de junho de 2011

Moradores da Mangueira torcem por dias melhores com ocupação policial

 


'Estou muito mais sossegada', diz idosa nascida e criada no morro, Padeiro reclama de barulho por causa da derrubada de biroscas.




Dona Lindomar Soares vê com bons olhos a chegada da polícia (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)

Dona Lindomar Soares vê com bons olhos a
chegada da polícia
(Foto: Alba Valéria Mendonça / G1).
Ainda  é com uma certa estranheza que moradores do Morro da Mangueira, na Zona Norte do Rio, encaram o primeiro dia de ocupação da polícia na comunidade para a instalação da 18ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), nesta segunda-feira (20). O patrulhamento ostensivo divide opiniões. Moradores mais antigos festejam poder andar mais tranquilamente nas ruas. Já os mais novos preferem esperar para ver como será o dia a dia daqui para a frente.
Dona Lindomar Soares, de 85 anos, nascida e criada no Buraco Quente vê com bons olhos a chegada da polícia. Neste primeiro dia de ocupação, ela diz ter ficado mais sossegada ao ver o neto sair de casa às 4h para trabalhar, com policiamento nas ruas.
"Estou muito mais sossegada", contou a moradores que criou dez filhos na comunidade. "Vivemos momentos de paz, mas também já existiram dias turbulentos", contou ela, que às 5h30 aguardava despreocupadamente a chegada do padeiro.
Já dona Teresa Honório, de 79 anos, festejou o fato de poder sair à rua nesta segunda, com muito menos gente nas ruas. Segundo ela, ficou mais fácil circular pela comunidade.

"Isso aqui vai melhorar muito. A gente já pode andar com mais tranquilidade, com as ruas mais vazias, a gente nota isso no rosto das pessoas", disse ela pouco ante de pegar o ônibus para ir à missa na igreja em São Francisco Xavier, no subúrbio do Rio.

Padeiro reclama de barulho


Já o padeiro Cleidson, que vem todos os dias de Benfica, de bicicleta, para abastecer as vendinhas da comunidade, preferiu não entrar em detalhes.

"Passo por aqui de madrugada todo os dias, nunca tive problema algum. Não sei se vai melhorar ou piorar com a polícia aqui. Vamos ver o que vai acontecer", disse ele.

O jornaleiro que preferiu não se identificar, disse que a madrugada foi tranquila na comunidade. Mas contou que havia muito tempo não tinha problemas na região. Para ele, o pior da ocupação, até o momento, está sendo a derrubada das biroscas construídas embaixo do Viaduto da Mangueira.

"A bateção de martelo e derrubada das paredes começou de madrugada. Uma barulheira sem fim. Poderiam ter deixado para fazer isso mais tarde", reclamou o morador.

Choque de Ordem na Mangueira (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)
Equipes realizam operação Choque de Ordem na
Mangueira  (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)

Choque de Ordem
Agentes da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos organizam, na manhã desta segunda, um mutirão de serviços para a melhoria da região e dos acessos.


Segundo a prefeitura, 190 homens formam as equipes - da Coordenadoria Geral de Conservação (CGC), Rioluz e Comlurb - que trabalharão ao longo da semana.

Os serviços incluem recuperação da pavimentação, desobstrução das redes pluvial e de esgotos, limpeza de valas, reformulação e da iluminação e retirada de obstáculos implantados pelos traficantes nas vias da comunidade.

A Comlurb trabalha com 50 garis na remoção de entulhos e limpeza das principais vias. As comunidades do conjunto da Mangueira também ganharão nova logística de coleta de lixo.

Fonte: G1

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