quinta-feira, 14 de julho de 2011

Todos os 15 Policiais acusados de extoção já estão soltos


Wendell Beetoven pediu liberação dos policiais ainda detidos
Wendell Beetoven pediu liberação dos policiais ainda detidos
Os quatro policiais militares que ainda se encontravam detidos acusados de corrupção em investigação do Ministério Público denominada Batalhão Mall foram liberados ontem. O próprio Ministério Público Estadual requereu a soltura dos presos: o tenente-coronel Wellington Arcanjo de Morais; o major Carlos Alberto Gomes de Oliveira; o sargento Francisco Xavier Leonez e; o soldado Demétrio Rebouças Torres.
Na avaliação da Promotoria de Investigação Criminal, com a conclusão da tomada dos depoimentos orais não há mais, em tese e neste momento, o risco de ameaça às testemunhas, de modo que a soltura dos réus não tende a prejudicar o avanço das investigações.

Essa medida não impede uma nova solicitação de prisão preventiva caso o Ministério Público perceba ameaça a testemunhas, tentativa de destruição de provas ou outro motivo que legalmente embase novo pedido de prisão.

O Ministério Público requereu, ainda, como medida alternativa à prisão dos soldados da Polícia Militar investigados que eles sejam transferidos do 10º Batalhão, em Assu, para outro local, como forma de impedir constrangimentos às testemunhas, assim como impedir um possível retorno, de forma dissimulada, do esquema desarticulado.

As investigações do suposto esquema de corrupção avançaram nos últimos dias, quando o Ministério Público teve a oportunidade de avaliar os documentos apreendidos e colher depoimentos.

Para o promotor de Justiça, Wendell Beetoven Ribeiro Agra, que preside as investigações com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o conjunto do material apreendido reforça as suspeitas iniciais, estando o Ministério Público realizando análise cuidadosa e detalhada sobre cada recibo, nota e documento apreendido, conjugando esse material com o conteúdo probatório existente.

O Ministério Público poderá usar todo o prazo legal para a conclusão do procedimento investigatório criminal (40 dias no caso de réus soltos), uma vez que também será necessária a análise do conteúdo de computadores e mídia digitais apreendidos por parte do Itep.

Operação prendeu 15 pessoas acusadas de corrupção na PM

Das 15 pessoas que foram detidas no último dia 4, em virtude da Operação Batalhão Mall, onze já estavam em liberdade garantida pelo Tribunal de Justiça do Estado. Os três empresários e oito dos doze policiais entraram com ação e conseguiram habeas corpus, não chegando a passar uma semana atrás das grades. No último dia 4, oitenta homens e 11 promotores envolvidos na Operação deram cumprimento a 15 mandados de prisão e seis mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça.

Na sexta-feira passada, o desembargador Vírgilio Macêdo expediu alvará de soltura para oito praças da PM. Os empresários Rodolfo Soares Fagundes de Albuquerque e Erinaldo Medeiros de Oliveira, donos de postos de combustíveis, estão libertados. O gerente da Nossa Agência, Pedro Gonçalves, também foi liberado.

Defesa

A Associação de Cabos e Soldados (ACS) da Polícia Militar entregou esta semana documentos ao Ministério Público contradizendo as suspeitas de corrupção contra doze policiais lotados no 10º Batalhão de Assú. A ACS detalhou defesa para cada ponto apontado pelas investigações do MP. O desvio de gasolina, os pontos bases em locais privados e a escolta de transportes de valores são justificados pela ACS.

Em um dos vídeos divulgados pelo MP, aparece o suposto desvio de gasolina de uma viatura para um carro descaracterizado e, que segundo a investigação, seria de um proprietário particular. A ACS esclarece: "Em relação ao desvio de gasolina, a troca do combustível foi feita, sim, para um carro particular que é utilizado para o serviço investigativos. O uso do carro é de conhecimento do Comando da PM".

Quanto a escolta em transporte de valores no município de Assú, a associação que "o Estado autoriza a Polícia Militar a realizar escolta de transporte de valores em locais onde não haja serviço de uma empresa particular". De acordo com a associação, o posto de gasolina em que viaturas foram flagradas paradas é um ponto base devido à violência da região circunvizinha.
 
Fonte: Tribuna do Norte

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