quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Bacharéis dizem que já esperavam pela manutenção do Exame da OAB


Carolina Cunha acha que a prova tem muita 'decoreba' (Foto: Alex Araújo/G1)
STF considerou constitucional passar na prova para exercer advocacia, Candidatos estudam para novo exame que será realizado neste domingo.
Um dia após o Supremo Tribunal Federal decidir manter o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) como condição para o exercício da profissão, bacharéis em direito ouvidos pelo G1 mostram-se conformados com a decisão unânime dos ministros do STF e dizem que já esperavam por uma decisão favorável à manutenção da prova.
Muitos formados em direito estão na reta final dos estudos para o Exame da OAB que terá sua fase com 80 questões objetivas neste domingo (30). A segunda fase, com a prova prático-profissional, será dia 4 de dezembro. A FGV Projetos não divulgou o número de candidatos inscritos. Cada um paga R$ 200 pela inscrição no Exame da OAB. Na edição passada, encerrada em outubro, o exame teve 122 mil participantes e só 18 mil passaram.



Bárbara Ribeiro Gomes e Tatiana Goulart estão se preparando para o Exame da OAB no domingo (Foto: Alex Araújo/G1)Bárbara Romeiro Gomes e Tatiana Goulart estão se preparando para o Exame da OAB (Foto: Alex Araújo/G1)
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Em Belo Horizonte, Tatiana Goulart, de 32 anos, disse que já esperava pela decisão do STF em manter a constitucionalidade do exame. Apesar de se dizer favorável à obrigatoriedade de o bacharel passar na prova da OAB para poder exercer a advocacia, Tatiana reclama que a avaliação não testa os conhecimentos, e sim, cobra que a matéria seja decorada.
Embasada nas leis, a bacharel em direito defende: “A Constituição fala sobre a iniciativa livre do trabalho mas, na advocacia, isso não acontece”. Ela, no entanto, acha que exame de proficiência deveria ser obrigatório em outras carreiras. “Por que só o [curso] de direito é o único a exigir uma prova depois de se formar?".
Isabela Santoro diz que Exame da OAB não avalia a capacidade do candidato (Foto: Alex Araújo/G1)Isabela Santoro diz que Exame da OAB não avalia a
capacidade do candidato (Foto: Alex Araújo/G1)
Isabela Santoro, de 23 anos, se formou em julho deste ano e trabalha com direito cível porque tem a carteira de estagiária – que pode ser adquirida a partir do sétimo período do curso. Ela disse que a prova não avalia a capacidade do candidato. “Há pessoas que não têm conhecimento e trabalham há anos em escritório. Na nossa profissão tem muito QI”, disse, fazendo alusão ao ditado popular “quem indica”.
Com relação ao “decoreba”, a opinião também é compartilhada pelas candidatas Carolina Cunha, de 25 anos, e Bárbara Romeiro Gomes, de 26. Para elas, a prova deveria cobrar mais conhecimento, mas sem ter que decorar as leis ao pé da letra.
“Na minha opinião, o sistema de cobrança não é o certo. Decorar não é ter entendimento, ter conhecimento. Acho que, mesmo na primeira etapa, as questões deveriam ser abertas para se aplicar o conhecimento jurídico”, destacou Bárbara.
Gustavo Milano acha a prova é inconstitucional  (Foto: Alex Araújo/G1)Gustavo Milano acha a prova é inconstitucional (Foto:
Alex Araújo/G1)
Já Gustavo Milano, de 25 anos, acha a prova é inconstitucional e é contra a prática do “decoreba”. Para ele, apesar de ilegal, a avaliação é fundamental para medir o conhecimento, mas, na prática, ele ressalta que a lei deve ser aplicada à realidade e vice-versa. Milano disse que não tinha outra expectativa com relação à decisão da Justiça a não ser manter a obrigatoriedade de prestar o exame.
Prova sera neste domingoOs bacharéis em direito que vão fazer a primeira fase do V Exame de Ordem Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no próximo dia 30 já podem consultar os locais onde as provas serão realizadas. Os locais de prova estão disponíveis no site da FGV Projetos, que organiza o exame.
A nova edição do Exame da OAB, como é chamado, terá a primeira fase (prova objetiva) no dia 30 e a segunda fase (prova prático-profissional) em 4 de dezembro.
SAIBA MAIS SOBRE O EXAME DE ORDEM
O que diz a lei:
O Exame da OAB se baseia no artigo 5º parágrafo XIII da Constituição Federal: "XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer"; e no Estatuto da Advocacia (lei 8.906/94): "Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)"
Quem deve participar
Todo bacharel de direito precisa fazer o exame para poder exercer a profissão de advogado
Quantas provas são feitas por ano?
São três edições por ano e o candidato que não for aprovado pode fazer a edição seguinte
Como é a prova?
A prova é dividida em duas fases. A primeira fase é composta de 80 questões de múltipla escolha. Quem acertar o mínimo de 40 questões passa para a segunda fase. Na segunda fase o candidato precisa redigir uma peça processual e responder a cinco questões, sob a forma de situações-problema, compreendendo as seguintes áreas de opção do bacharel, indicada no momento da inscrição: Direito Administrativo, Direito Civil, Direito Constitucional, Direito do Trabalho, Direito Empresarial, Direito Penal ou Direito Tributário.
Quanto custa a taxa de inscrição?
O candidato paga R$ 200 para fazer o exame
A prova objetiva terá a duração de cinco horas e será aplicada dia 30 de outubro, das 14h às 19h. Serão 80 questões de múltipla escolha. Quem acertar o mínimo de 40 questões passa para a segunda fase. Na segunda fase, dia 4 de dezembro, o candidato precisa redigir uma peça processual e responder a cinco questões, sob a forma de situações-problema. O resultado preliminar final será divulgado em 26 de dezembro, quando os candidatos poderão entrar com recursos. O resultado final sairá dia 16 de janeiro de 2012, segundo o edital.
Último exame teve 14,83% de aprovação
A OAB realiza três exames de ordem por ano. A aprovação é fundamental para os bacharéis em direito poderem exercer a advocacia. O último exame apresentou um aumento no número de aprovados na prova aplicada entre julho e agosto, depois de registrar o pior índice de aprovação da história (9,74%) no teste realizado em dezembro. De acordo com o resultado preliminar divulgado na sexta-feira (23), um total de 18.223 (15,02%) dos 121.309 candidatos passaram no último exame.


Fonte: G1

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