domingo, 25 de dezembro de 2011

Burocracia atrasa mutirão policial


Anselmo de Carvalho garante que problemas estão sendo resolvidos
Anselmo de Carvalho garante que problemas estão sendo resolvidos

Marcada para começar nesta semana, a Operação Verão ainda apresenta indefinições no planejamento. A ação, que têm à frente a Secretaria Estadual de Segurança Pública, deve ter os pontos finais acertados em reunião marcada para esta segunda-feira. O emplacamento de viaturas que irão realizar patrulhamento no litoral potiguar e o pagamento das diárias operacionais dos policiais militares são assuntos pendentes na organização da operação. Para o secretário-chefe do Gabinete Civil, José Anselmo de Carvalho, os problemas estão sendo resolvidos, mas operação terá início sem atrasos.

Com a chegada do verão e o aumento de movimentação nas praias dos litorais norte e sul do Rio Grande do Norte, representantes da segurança, saúde, turismo e meio ambiente do Estado pretendem intensificar as ações em suas áreas de atuações. Durante a Operação Verão, marcada para ser encerrada no dia 18 de fevereiro, equipes da Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Sesed), Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, Samu, Polícia Civil, Idema, Detran e Secretaria de Estado do Turismo (Setur) trabalharão com a prevenção e fiscalização no litoral do Estado.

Para isso, a PM aguarda o emplacamento e adesivação de 20 caminhonetes que reforçarão o trabalho de patrulha no litoral. Os veículos encontram-se estacionados no Centro Administrativo e o comando-geral da PM aguarda autorização para utilizá-los. "O assunto está sendo tratado pela Secretaria de Segurança e deve estar tudo pronto para a próxima semana", estima o secretário-chefe do Gabinete Civil.

Outro assunto que está na pauta diz respeito ao pagamento de diárias operacionais. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva, já havia antecipado à reportagem da TRIBUNA DO NORTE que o gasto calculado somente com a despesa será de R$ 1,5 milhão por mês de serviço. "O nosso planejamento será adequado às circunstâncias financeiras do Governo do Estado. É assim que funciona", esclareceu o secretário adjunto de segurança pública, Clidenor Cosme da Silva Júnior, em entrevista no dia 13 de dezembro.

A pasta prevê um reforço de cerca de 700 homens, entre policiais militares, civis e bombeiros para o litoral potiguar no período compreendido entre o início do veraneio e o término do carnaval.

Para o secretário-chefe do Gabinete Civil, as diárias são mais um dentre os elementos discutidos. "As diárias estão dentre os itens debatidos. Acredito que tudo sairá como planejado pela secretaria de segurança", disse Anselmo Carvalho.

Além do reforço de efetivo, a operação prevê a intensificação na realização de blitze e a presença de delegacias itinerantes para registro de ocorrências. "Fizemos também um convênio com os bugueiros, que funcionarão como os olhos da segurança pública, informando as ocorrências ao Ciosp. São cerca de 720 bugueiros espalhados pelo litoral e acreditamos que a ajuda será significativa", informou Silva Júnior.

O foco principal da Operação Verão é garantir tranqüilidade a veranistas e turistas durante a alta estação, combatendo tráfego de carros em áreas proibidas, orientando banhistas em áreas perigosas e alertando sobre o consumo excessivo de álcool através da intensificação de blitz preventivas e educativas em pontos estratégicos; abordagem a turistas no aeroporto, rodoviária e hotéis; fiscalização ostensiva à beira mar. A Polícia Ambiental também atuará no combate à poluição sonora.

De acordo o coordenador geral do SAMU, Luiz Roberto Fonseca, o aumento de atendimento de trauma é de 72% no período de veraneio, e ações conjuntas com a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros são de vital importância. "O período traz muitos acidentes envolvendo principalmente o consumo de álcool, a participação de todos na prevenção e ajuda no resgate às vítimas é valiosa", afirmou Luiz Roberto.

Pagar diárias é problema recorrente

Não é a primeira vez que se discute o pagamento de diárias operacionais a policiais e bombeiros militares. De forma recorrente, os pagamentos atrasam e os agentes da segurança pública ficam à mercê da vontade do Executivo. Em pelo menos três oportunidades houve reclamações quanto a atrasos no cumprimento do compromisso pelo serviço extra: eleições 2010, Carnatal e operação verão 2010. "O estado deveria organizar uma escala de pagamento bem definida, pois nós fazemos o melhor serviço que podemos. Isso desmotiva muito o nosso trabalho. Os policiais que deveriam estar em folga em casa, com as suas famílias, aproveitando o tempo livre, estão nas ruas trabalhando para atender à população. E ainda não recebem o dinheiro que deveria lhe ser garantido", afirma o cabo Jeoás Santos, presidente da Associação de cabos e soldados da Polícia Militar do Rio Grande do Norte.

Os policiais militares que trabalharam há cerca de 15 dias na operação que garantiu a segurança durante os quatro dias do Carnatal 2011 ainda não receberam as diárias prometidas pelo Governo do Estado. Cada um dos 1.300 profissionais militares envolvidos na operação receberiam cerca de 50 reais por seis horas de trabalho em escala extra, atendendo aproximadamente 220 mil foliões por dia.

Segundo o coronel Francisco Canindé de Araújo Silva, comandante geral da PM, a categoria se reuniu com a Secretaria Estadual de Planejamento na semana passada e foi dito que, após o pagamento do 13º salário durante o fechamento da folha de pagamento de dezembro, as diárias operacionais referentes ao carnaval fora de época seriam pagas. Entretanto, a assessoria de imprensa da Polícia Militar divulgou em nota que há informações extraoficiais afirmando que, na verdade, não há previsão de pagamento.

Deficiências no litoral foram relatadas pela TRIBUNA

Cenas de insegurança são cada vez mais comuns no litoral do Rio Grande do Norte. Embora não tenha números, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva, confirmou em entrevista concedida no início de dezembro que a quantidade de arrastões e arrombamentos nas cidades litorâneas aumenta durante o veraneio. Equipes de reportagem da TRIBUNA DO NORTE percorreram o litoral Norte e Sul e constataram que as praias não estão prontas para receber os turistas durante a alta estação. Moradores e veranistas reclamam da falta de infraestrutura, e acima de tudo, da falta de policiamento.

Os relatos de violência são constantes durante o caminho da reportagem. No dia que a equipe de reportagem visitou o litoral Norte, apenas um dos três postos policiais estava aberto: o de Redinha Nova. Em Jenipabu e Pitangui, os postos estavam fechados. Na Redinha Velha, Jenipabu e Graçandu, a equipe encontrou viaturas fazendo a ronda.

Em Pitangui, os policiais almoçavam num restaurante próximo ao ponto de apoio. A situação não é diferente da retratada pela TRIBUNA em matéria publicada no dia 4 de setembro. Na maioria das praias visitadas, o prédio fica fechado quando a viatura faz a ronda policial, conforme informaram moradores. Os moradores de Pitangui também reclamaram da dificuldade em entrar em contato com a polícia.

Em entrevista concedida à TRIBUNA em setembro, o Comando geral da Polícia Militar informou que havia destacamento policial em toda a extensão do litoral do Estado. No caso do policiamento ostensivo, 500 policiais militares atuavam nas cidades litorâneas, a pé, de moto ou viaturas, em regime de escala.
 
Fonte: Tribuna do Norte

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