![]() |
| Dois praças ainda continuam presos na sede do Batalhão de Operações Especiais, na Zona Norte |
Os dois oficiais da Polícia Militar detidos em decorrência da Operação Batalhão Mall na semana passada em Assú sob suspeita de corrupção entraram com um pedido de revogação da prisão. A requisição é dirigida à 12ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça, que expediu os mandados de prisão preventiva. A decisão de soltura ficará a cargo do juiz Henrique Baltazar Vilar dos Santos, mas o Ministério Público emitirá parecer.
O tenente-coronel Wellington Arcanjo de Morais e o major Carlos Alberto Gomes de Oliveira, permanecem detidos nos quartéis do Comando Geral e do BPChoque, respectivamente.
Dos doze policiais detidos na Operação Batalhão Mall, oito já conseguiram liberdade e outros dois aguardam recurso em decisão de habeas corpus. O pedido deve ter resultado ainda durante esta semana.
Em contato com a reportagem durante a manhã de ontem, o juiz Henrique Baltazar Vilar dos Santos disse que o prazo depende do parecer a ser emitido pelo Ministério Público. "Se chegar até a mim, decido no mesmo dia", afirmou. O responsável por analisar os argumentos dos oficiais é o promotor de Justiça de Investigação Criminal, Wendell Bethoven Ribeiro Agra.
Não houve prazo para o parecer do MP. "Recebi há pouco tempo o documento. Vou examiná-los para manifestar a opinião", declarou o promotor, sem antecipar a sua posição. Apesar de não ter expressado a opinião, Bethoven já havia se mostrado contrário à libertação dos suspeitos.
Procurado pela reportagem na segunda-feira passada, o promotor tinha uma visão contrária às liminares já concedidas. "Fica mais difícil para nós trabalharmos com a liberdade deles. Os policiais voltarão ao quartel e farão qualquer tipo de contato que quiserem", disse na oportunidade.
Apesar disso, o juiz Baltazar e o promotor Bethoven esclareceram que a decisão final independe do parecer dado pelo MP. "O juiz pode acompanhar ou não a nossa visão", completou Bethoven.
O pedido de revogação da prisão é um recurso diferente do que foi concedido aos policiais militares já soltos. Os praças entraram com pedido de habeas corpus e, de forma liminar, conseguiram a liberadade. O juiz que autorizou a prisão preventiva deve enviar aos desembargadores que concederam a liminar a justificativa para a necessidade de privação de liberdade. O julgamento final do habeas corpus ocorre pela câmara criminal composta de quatro desembargadores.
Mesmo acatado, o juiz pode voltar atrás no pedido de revogação da prisão e determinar novamente a detenção de suspeitos.
Sargento se mostra decepcionado
O sargento PM Francisco Xavier Leonez, detido no início da semana passada em virtude da Operação Batalhão Mall, mostrou-se decepcionado com a condução da operação realizada em Assú. O praça permanece preso nas instalações do BOPE, na zona Norte de Natal, e conversou de forma rápida com a reportagem da TRIBUNA DO NORTE. De calção azul, chinelos de dedo e com a camisa cinza da PM onde está gravado seu nome, o sargento tinha um semblante decepcionado. Sempre olhando para baixo, leu com calma o documento que autorizava a entrevista e disse calmamente: "Não tenho nada a declarar".
Não demorou para cortar o silêncio e dizer que não estava confortável com a situação como foi tratado. "Não precisava ser desse jeito", afirmou em relação a forma da abordagem realizada. "Teve policial carregado na mala". O praça sustentou o argumento da aplicação de força desnecessária. "Se o comando tivesse convocado todos nós para sairmos de Assú, a hora que fosse, pra estar aqui em Natal. Viríamos todos, sem ser necessário os policiais invadirem as casas e os quartéis da cidade".
Leonez retomou o silêncio e escutou o restantes das perguntas calado. Foi perguntado se iria se desligar da Corporação depois do encerramento das investigações. Não comentou e se afastou da cerca de um metro e meio que dividia a equipe de reportagem dele.
O sargento e o soldado Demétrio Rebouças Torres são os únicos praças detidos na operação que permanecem presos. Outros oito já conseguiram habeas corpus. O pedido aos dois primeiros foi negado pelo desembargador Rafael Godeiro e os praças já tentam recurso, ainda sem previsão de resultado.
Memória
Mais de 80 homens e 11 Promotores de Justiça envolvidos na operação deram cumprimento na segunda-feira da semana passada a 15 mandados de prisão e seis mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Entre os detidos, estavam o comandante do 10º Batalhão da PM, coronel Arcanjo, e o ex-sub comandante do 10º BPM, major Alberto Gomes. Os empresários do ramo de posto de combustíveis, Rodolfo Fagundes e Erinaldo, vulgo Bebé, e o sócio da rede Nossa Agência, Pedro Gonçalves, também foram presos.
A Operação "Batalhão Mall" teve o objetivo de desarticular suposta organização criminosa responsável pelo cometimento reiterado de crimes de corrupção ativa, passiva e peculato contra a Administração Pública Militar, através de negociatas com pontos bases de viaturas e vendas do serviço policial, especificamente: vendas de escolta de transporte de valores e de vigilância 24 horas.
Em contato com a reportagem durante a manhã de ontem, o juiz Henrique Baltazar Vilar dos Santos disse que o prazo depende do parecer a ser emitido pelo Ministério Público. "Se chegar até a mim, decido no mesmo dia", afirmou. O responsável por analisar os argumentos dos oficiais é o promotor de Justiça de Investigação Criminal, Wendell Bethoven Ribeiro Agra.
Não houve prazo para o parecer do MP. "Recebi há pouco tempo o documento. Vou examiná-los para manifestar a opinião", declarou o promotor, sem antecipar a sua posição. Apesar de não ter expressado a opinião, Bethoven já havia se mostrado contrário à libertação dos suspeitos.
Procurado pela reportagem na segunda-feira passada, o promotor tinha uma visão contrária às liminares já concedidas. "Fica mais difícil para nós trabalharmos com a liberdade deles. Os policiais voltarão ao quartel e farão qualquer tipo de contato que quiserem", disse na oportunidade.
Apesar disso, o juiz Baltazar e o promotor Bethoven esclareceram que a decisão final independe do parecer dado pelo MP. "O juiz pode acompanhar ou não a nossa visão", completou Bethoven.
O pedido de revogação da prisão é um recurso diferente do que foi concedido aos policiais militares já soltos. Os praças entraram com pedido de habeas corpus e, de forma liminar, conseguiram a liberadade. O juiz que autorizou a prisão preventiva deve enviar aos desembargadores que concederam a liminar a justificativa para a necessidade de privação de liberdade. O julgamento final do habeas corpus ocorre pela câmara criminal composta de quatro desembargadores.
Mesmo acatado, o juiz pode voltar atrás no pedido de revogação da prisão e determinar novamente a detenção de suspeitos.
Sargento se mostra decepcionado
O sargento PM Francisco Xavier Leonez, detido no início da semana passada em virtude da Operação Batalhão Mall, mostrou-se decepcionado com a condução da operação realizada em Assú. O praça permanece preso nas instalações do BOPE, na zona Norte de Natal, e conversou de forma rápida com a reportagem da TRIBUNA DO NORTE. De calção azul, chinelos de dedo e com a camisa cinza da PM onde está gravado seu nome, o sargento tinha um semblante decepcionado. Sempre olhando para baixo, leu com calma o documento que autorizava a entrevista e disse calmamente: "Não tenho nada a declarar".
Não demorou para cortar o silêncio e dizer que não estava confortável com a situação como foi tratado. "Não precisava ser desse jeito", afirmou em relação a forma da abordagem realizada. "Teve policial carregado na mala". O praça sustentou o argumento da aplicação de força desnecessária. "Se o comando tivesse convocado todos nós para sairmos de Assú, a hora que fosse, pra estar aqui em Natal. Viríamos todos, sem ser necessário os policiais invadirem as casas e os quartéis da cidade".
Leonez retomou o silêncio e escutou o restantes das perguntas calado. Foi perguntado se iria se desligar da Corporação depois do encerramento das investigações. Não comentou e se afastou da cerca de um metro e meio que dividia a equipe de reportagem dele.
O sargento e o soldado Demétrio Rebouças Torres são os únicos praças detidos na operação que permanecem presos. Outros oito já conseguiram habeas corpus. O pedido aos dois primeiros foi negado pelo desembargador Rafael Godeiro e os praças já tentam recurso, ainda sem previsão de resultado.
Memória
Mais de 80 homens e 11 Promotores de Justiça envolvidos na operação deram cumprimento na segunda-feira da semana passada a 15 mandados de prisão e seis mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Entre os detidos, estavam o comandante do 10º Batalhão da PM, coronel Arcanjo, e o ex-sub comandante do 10º BPM, major Alberto Gomes. Os empresários do ramo de posto de combustíveis, Rodolfo Fagundes e Erinaldo, vulgo Bebé, e o sócio da rede Nossa Agência, Pedro Gonçalves, também foram presos.
A Operação "Batalhão Mall" teve o objetivo de desarticular suposta organização criminosa responsável pelo cometimento reiterado de crimes de corrupção ativa, passiva e peculato contra a Administração Pública Militar, através de negociatas com pontos bases de viaturas e vendas do serviço policial, especificamente: vendas de escolta de transporte de valores e de vigilância 24 horas.
Fonte: Tribuna do Norte

Nenhum comentário:
Postar um comentário