quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Agentes da capital são transferidos para Mossoró

Marco Carvalho e Andrey Ricardo - repórteres da TRIBUNA DO NORTE e do Jornal de Fato, de Mossoró

Com o objetivo de suprir os espaços deixados pela saída dos policiais militares das delegacias do interior, agentes da Polícia Civil da capital estão sendo transferidos. No Diário Oficial do Estado (DOE) desta quinta-feira, 18, está publicada a portaria 681/2011, que designa vinte agentes para ocupar delegacias em Mossoró e em cidades vizinhas. A decisão já havia sido antecipada nesta quarta-feira pelo delegado-geral do RN, Fábio Rogério Silva.

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O documento prevê trinta dias para que os policiais se apresentem nas novas lotações. Enquanto isso, as delegacias da região Oeste continuarão com suas atividades praticamente suspensas. A maior parte das unidades policiais utilizava militares para suprir suas deficiências.

A delegada Ana Cláudia, presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil, lembrou ontem, durante a coletiva concedida em Mossoró, que a transferência de policiais civis da capital para o interior não resolverá o problema.
"Não temos policiais suficientes hoje para fazer essa mudança. Eles não suprirão a necessidade totalmente", disse Ana Cláudia.

O documento
considera o "reduzido número de policiais civis no quadro , fato notório e que motiva medidas por parte da Delegacia Geral visando atender unidades policiais com maior necessidade de recursos humanos, diante do fluxo dos serviços".

Estado precisa de 5 mil policiais

O Governo do Rio Grande do Norte está sendo pressionado por medidas judiciais a convocar 509 delegados, agentes e escrivães de Polícia Civil, mas essa quantidade está muito aquém do que realmente seria necessário para suprir a deficiência que se agrava há anos.

O Sindicato dos Policiais Civis e Servidores do Itep (SINPOL) fez um levantamento em dezembro de 2009, revelando que o déficit de policiais civis no RN é de quase cinco mil. A delegada Ana Cláudia Saraiva, presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil do RN, concorda que a nomeação desses 509 policiais serviria somente para amenizar a situação, considerada grave.

"O concurso vem para minimizar, mas não resolve o problema. Teriam de ser feitos concursos continuados para sanar o problema", destacou Ana Cláudia, sugerindo que as convocações sejam feitas com maior freqüência para, aos poucos, ir reduzindo o déficit.
"Não podemos aceitar que os concursos demorem uma década para acontecer, como vem sendo feito", criticou a delegada, referindo-se aos dois últimos. O último concurso para a Polícia Civil foi feito em 2009 e ainda se arrasta. Antes dele, havia sido feito um outro concurso público, em 2000.
 
Fonte: Trubuna do Norte

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