sábado, 10 de setembro de 2011

Clima tenso com paralisação de atividades dos agentes penitenciários

Agentes paralisaram atividades e visitas foram suspensas
Agentes paralisaram atividades e visitas foram suspensas
Os agentes penitenciários que trabalham nas unidades prisionais de Natal e Parnamirim, realizaram hoje uma paralisação de advertência. O objetivo dos servidores estaduais é chamar atenção da população e do Governo para as condições de trabalho subumanas às quais são submetidos diariamente. "Nossas condições de trabalho são as mesmas dos presidiários.
 O esgoto escorre à céu aberto, existem hoje 405 homens para uma unidade projetada para 180 presidiários", relatou a vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Vilma Batista. O Governo do Estado tem até a próxima quarta-feira para se posicionar à cerca das reivindicações dos agentes. Caso não sinalizem positivamente, a greve será, de fato, deflagrada.
Nesta manhã, no Presídio Provisório da zona Norte, o clima era de tensão entre os familiares e os próprios agentes. Segundo relatos dos servidores que saíam do plantão na manhã de ontem, os presos não descartavam a possibilidade de um motim. "A madrugada do sábado foi tensa e os presos afirmaram que iriam "tocar terror", afirmou o agente que pediu sigilo de identidade. Assim como os agentes, os presos cobram melhorias no presídio como a remoção de parte dos apenados para outras unidades, manutenção das galerias de esgotos e instalações hidráulicas e troca da comida oferecida diariamente.

"A quentinha que chega para meu parente que está cumprindo pena, nem porco come. É imundo", afirmou Lucinete S. enquanto aguardava liberação para entrada no presídio. Os familiares dos apenados reclamavam da demora na abertura dos portões para a visita. Alguns afirmavam ter chegado ao local ainda na madrugada e por volta das 11 horas de ontem não tinham entrado na unidade. Eram famílias com crianças, comidas, cigarros, refrigerantes. O tumulto era tamanho e a quantidade de agente insuficiente, que alguns visitantes entraram sem ser revistados.

"O alerta foi dado desde à época em que a então senadora Rosalba Ciarlini montou seu governo de transição. Nós fizemos um relatório, apresentamos todas as necessidades ainda no ano passado. Tudo foi novamento dito ao secretário estadual de Justiça ao longo de nove meses", afirmou Vilma Batista. Os agentes reivindicam nomeação de pelo menos mais 15 profissionais para vagas remanescentes, aumento salarial, da Gratificação de Risco de Vida (GRV) e da Gratificação de Exercício de Atividade Penitenciária (Geap). De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a função de agente penitenciário é a segunda mais perigosa do mundo.

No Presídio Estadual de Alcaçuz, os presos que trabalham dentro da unidade prisional estão sem receber salários. Revoltados, iniciaram uma greve coletiva. Os problemas em relação à infraestrutura são comuns aos dois presídios. Na Delegacia de Plantão Zona Sul, na Cidade da Esperança, 60 homens ocupavam a única cela e um corredor da Delegacia. "Nós vamos ensinar aos presos como se faz BO. É impossível trabalhar assim", disse um dos policiais civis.
 
 
Fonte: Tribuna do Norte

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